- Então, Tistu – perguntou ele – que foi que você aprendeu? Que sabe de medicina?
- Aprendi – respondeu Tistu – que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?
O Dr. Milmales ficou espantado com tanta sabedoria num garoto tão pequeno.
- Você aprendeu sozinho a primeira coisa que um médico deve saber.
- E qual é a segunda, Doutor?
- É que para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante.
Mas o Dr. Milmales ficou ainda mais espantado no dia seguinte, quando entrou no quarto da menina.
Ela sorria: tinha despertado em pleno campo.
Narcisos brotavam em torno à mesa de cabeceira, os cobertores eram um edredom de pervincas, a grama crescia no tapete. E finalmente a flor, a flor em que Tistu se desvelara, uma esplêndida rosa, que não parava de transformar, de abrir uma folha ou um botão, e que subia pela cabeceira da cama, ao longo do travesseiro. A menina já não olhava o teto; ela contemplava a flor.
De noite suas pernas começaram a mover-se. A vida era boa.
- Aprendi – respondeu Tistu – que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?
O Dr. Milmales ficou espantado com tanta sabedoria num garoto tão pequeno.
- Você aprendeu sozinho a primeira coisa que um médico deve saber.
- E qual é a segunda, Doutor?
- É que para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante.
Mas o Dr. Milmales ficou ainda mais espantado no dia seguinte, quando entrou no quarto da menina.
Ela sorria: tinha despertado em pleno campo.
Narcisos brotavam em torno à mesa de cabeceira, os cobertores eram um edredom de pervincas, a grama crescia no tapete. E finalmente a flor, a flor em que Tistu se desvelara, uma esplêndida rosa, que não parava de transformar, de abrir uma folha ou um botão, e que subia pela cabeceira da cama, ao longo do travesseiro. A menina já não olhava o teto; ela contemplava a flor.
De noite suas pernas começaram a mover-se. A vida era boa.
In O Menino do Dedo Verde, Maurice Druon
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