quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Olá <---> Adeus (Sabor a Pele)

Trouxeste-me a entrega que disseste que trazias?
Não deixes de cumprir só porque de uma vez ficou por fazer
Foi de propósito
Agora há que propositar o entregar
E com isto está dito, vá

Como despontou?
Foi ainda antes de teres tirado a roupa
Foi quando tudo aconteceu
Casei-me com o teu quarto porque a tua Aura é tanta que o abarca sem que sobrem espaços vazios
Assim dessa maneira só mesmo tu

Estará algo na iminência de acontecer?
Perguntas tu ao invés de dizer, olha que não o direi eu
É uma questão de protecção
De se assumir a sua própria pele
Eu gosto da minha, gostarás tu da tua?

Queres tu saber?
Vai lá, deixa-te ir
É bom que saibas, não precisas de mim, de nada, nem de ninguém
Quem tem o direito de dizer para onde sopram os ventos da tua manifestação?
Tens primeiro que deixar ir e vir
E depois sim, estás reservada ao direito de Acontecer

Não te assustes, não é um “Adeus”
A ser teria necessariamente que ter dito “Olá”, e não o disse, apesar de ter batido à porta antes de me apresentar sorridentemente
O que precisas mesmo é do sentir de um toque físico
É uma questão de devoção
De se assumir a sua própria pele
Eu gosto da tua, gostarás tu da minha?

Estás a ver a Lógica?
Espero bem que não porque ela não há
Em todo o caso é contigo, tal como em tudo
É um questão de… Sabor a pele.
Eu gosto, gostarás tu também?
Só te resta averiguar…


(?????, ?????)



Post Scriptum: e com isto, algures deixo-te um verso ou outro a mais, já para não falar das questões e afirmações, só para baralhar a contabilização.



Não é da natureza do amor forçar um relacionamento, mas é da natureza do amor abrir o caminho.

William P. Young, A Cabana

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dois Diálogos, Um Epitáfio e Uma Revelação (Da Promiscuidade entre a Realidade e a Ficção)

- Agora que deixaste a última e única morada que deixaste que te adoptasse, que pretendes fazer da vida?
- Deixo a quem de direito lhe pertence aquilo que a mim não me diz respeito.
-Não te pertence a tua vida?
- Sinceramente, espanta-me que alguma vez tenhas acreditaste que sim. Um bocadinho mais de humildade e sensatez não te haviam de lesar.
- Impossível. És impossível.

Sobre o primeiro dos livros
- Há-de haver aí uma Puta ou duas que ficaram com isso.
- Tu às vezes és de uma agressividade. Anotou.
- Eu? Como assim?
- Puta? Colmatou a anotação, já no preâmbulo ao repreensivo.
- Quando disse “Puta” não me referia a pessoas, mas sim a Vidas.
Assim se engole em seco. Percebeu que o que os outros dizem é mesmo aquilo que eles dizem e não aquilo que nós julgamos que tenham dito.



Epitáfio
Tinha um sorriso tão ensaiado que da rigidez plástica ao rachar-lhe da cara foi um pequeno passo
A causa da sua morte? Porque a falta de autenticidade é letal.



Uma Ilusão Perdida é um Amor Encontrado.