sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Posfácio Apocalíptico I

Um calor que não se tolerava. Como a melodia de uma guitarra embriagada. Os pássaros não morreram, mas durante algum tempo, deixaram de cantar. Estranhamente, chovia quente ao ponto de fumegar. As árvores, porém, desataram a crescer, vicejando gloriosas envergaduras. Assim ficou o mundo, depois do fim. Dos que sobrevieram, alguns sentiam culpa por isso, outros, de modo algum, celebraram.

 

(Começar do Nada, Jehoel)

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