segunda-feira, 23 de março de 2009

Crisálida irrompendo do casulo. Borboleta.

Sinto que chegou a hora. Já não é bom estar aqui. Mudei. Já não é aquele calor que sentia protector e acolhedor. Agora sinto-me a abafar. Está na hora de irromper, sair e voar. Sinto as Asas. Engelhadas, trôpegas, mas prestes a despontar. Sinto esta Força, Coragem… Com os meus dedos renascidos começo a procurar abrir fendas nas paredes que me envolvem. E com a primeira nesga que abro sinto um frescor inigualável entrar. Misturo um sorriso com um pranto… Uma Luz que me cega, durante instantes novos para mim. Cega-me de vigor. Vivo… Abro os olhos ressurgidos como nunca antes os abri. Tanta Luz. Ainda não sei bem o que é isto, mas é tão bom… Esta pele que tenho, amaciada pela brisa que desagua pelo casulo adentro, por uma corrente de Energia que me percorre. Meu corpo rejubila este renascer. Que Delícia… O tempo que aqui tive foi de Sonhos confusos, Visões de Crisálida. Mas agora sou Borboleta. E poderei Voar… As paredes do casulo colapsam em duas a partir da fissura que abri. Que Sensação… As minhas Asas começam subitamente a crescer, como se o Ar e a Luz as enchessem. Sinto uma espécie de dor de nascimento. Uma dor que é impossível não Amar, porque é uma dor que me apresenta ao Mundo como realmente sou, depois de tudo o que tive que esperar, depois de todo o tempo em que só me restou Acreditar. Acreditei, sempre… Sinto o vigor, sou a plenitude. Bato as Asas, voo. Sou livre, sigo meu caminho. Com Asas de Alfazema, voarei de Rosa em Rosa… De Flor em Flor… Borboleta, Eternamente…

1 comentário:

Catarina Mendes disse...

Joel, que esse dia possa finalmente chegar às nossas vidas... As nesgas de liberdade vão-se sucedendo, resta-nos alinharmo-nos na sua direcção... Mais um post inspirador.