sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Memorabilia Dourada (Dos Grifos Amantes)

Foi notável quando se juntaram, uma noite, depois de se ensoparem de alguma dose de tónico vínico, e então se lembraram de compor poemas. Cada um lançava um verso, e por cada verso lançado, uma peça de roupa despachada. Foi só quando a nudez tomou conta da ocorrência que se demitiram da caneta, para dar aso à função poética, recorrendo a outos expedientes, digamos que, mais interpenetrantes…

Para a posteridade lírica ficou um poema versando Grifos Amantes, do qual se revelarão apenas alguns versos escolhidos, devido a expressa solicitação de sigilo da parte dos intervenientes.

Ainda assim, ficou em aberto a possibilidade de num dia vindouro, banhado a ouro, se divulgar toda a estória acontecida.


(Começo de Entrecho)

Dos abraços que nos fazem em estilhaços
Fragmentados e espalhados
Somos Grifos em Amores Caóticos

Das rupturas e proveitosas desventuras
Melopeias autênticas epopeias
Somos Grifos em Amores Despóticos

Das voluptuosas silhuetas libidinosas
Amalgamadas almas amadas
Somos Grifos em amores Apoteóticos

(Final de Entrecho)



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