Foi notável quando se juntaram, uma noite, depois de se ensoparem de alguma dose de tónico vínico, e então se lembraram de compor poemas. Cada um lançava um verso, e por cada verso lançado, uma peça de roupa despachada. Foi só quando a nudez tomou conta da ocorrência que se demitiram da caneta, para dar aso à função poética, recorrendo a outos expedientes, digamos que, mais interpenetrantes…
Para a posteridade lírica ficou um poema versando Grifos Amantes, do qual se revelarão apenas alguns versos escolhidos, devido a expressa solicitação de sigilo da parte dos intervenientes.
Ainda assim, ficou em aberto a possibilidade de num dia vindouro, banhado a ouro, se divulgar toda a estória acontecida.
(Começo de Entrecho)
Dos abraços que nos fazem em estilhaços
Fragmentados e espalhados
Somos Grifos em Amores Caóticos
Das rupturas e proveitosas desventuras
Melopeias autênticas epopeias
Somos Grifos em Amores Despóticos
Das voluptuosas silhuetas libidinosas
Amalgamadas almas amadas
Somos Grifos em amores Apoteóticos
(Final de Entrecho)
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