Foi num Outono, assim que se lhe tombou a última das folhas estralejantes. Transformou-se essa árvore com particular e estrondosa diferença: do nada, apareceram-lhe asas. Por conseguinte, concretizava a alteridade na espantosa capacidade de voar. Executava longos voos, deixando estupefactas as próprias aves, com as quais se cruzava naturalmente, fosse em meros voos banais, de ocasião, ou no decurso das suas epopeicas rotas migratórias.
Abrindo um precedente, causou grande revolução no Reino das Árvores, traçando um novo rumo nas Escrituras da Mãe Natureza. A Árvore deixava de ser a senciência aparentemente imóvel, passando a ser a sabedoria manifestamente veloz.
Abrindo um precedente, causou grande revolução no Reino das Árvores, traçando um novo rumo nas Escrituras da Mãe Natureza. A Árvore deixava de ser a senciência aparentemente imóvel, passando a ser a sabedoria manifestamente veloz.
Imaginem, uma criatura-árvore, com todas as aptidões e virtudes que já lhe eram legitimamente reconhecidas, acrescentando a habilidade de voar.
Um prodígio. Que mais dizer?
(Jacques Hnizdovsky, Winged Tree)
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