sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mónadas (De Repouso)

Mónada Primeira (Precipitação): Chovem Pétalas neste Jardim. E eu estou deitado. Olhos fechados. Vejo tudo Aqui Dentro. Vejo-me como se estivesse fora de mim. E percebo como sou quando penso que estou a Ser. E ocorre-me dizer algo a alguém que não sei quem possa ser, quem sabe uma pessoa, quem sabe até eu, ‘Anda, vem Abrir o Céu comigo, para deixar o Brilho do Sol passar’.

Mónada Segunda (Vigília): Onde? Estou aqui. Estou no Coração. Sou esse Calor. Podes experimentar deixar que Te tome. Agora estou sorrindo. Olhos de tonalidade invulgarmente clara. Mais não digo, nem que soubesse. Ah, apanhei-te!

Mónada Terceira (A Alma Pitagórica): Cai, decai, grau, degrau. Cálculo, Álgebra, Geometria e afins. Enfim, Matemática. Quem souber fazer contas, sabe tudo. Sim, pois. Pois, sim. Mas isso não é para mim, o que não quer dizer que não seja para ti, terás que averiguá-lo tu. Ah, apanhaste-me!

Mónada Quarta (Atrás dos Montes): Subtis destrezas. Subtilezas servis. E pensar que ainda há quem perca tempo lendo. Havia um surdo com a secreta esperança de um dia poder ouvir, um cego com o recôndito desejo de vir a enxergar, e depois um outro que voluntariamente aderira tanto à surdez como à cegueira. Porém, infelizmente, não era mudo, pelo que passava a vida tagarelando cacofonia. Que trágica a vida. Que trágica a vida. Mas quem apanha quem, afinal!? Ninguém!

Quinta Mónada (Em “Loop”): De volta ao Início. Continua chovendo Pétalas e eu estarei algures entre elas, com elas, em elas. Mas sobre isso deixo-o a ti, para que descobrindo te descubras. Amo-Te, sim, tu!



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