O Ilustrador (Tomo I)
Era uma vez um rapaz, que ainda agora aqui tinha chegado, mas que já estava farto de se sentir cansado. Queria que tivessem contado estórias sobre ele, mas acabou contando estórias sobre todos os outros. Das ilustrações mal ilustradas que ilustrou, aos olhos de quem nunca soube ver, pouco ou nada restou. Então procurou, procurou, procurou. E para seu espanto achou. Mas isso… Bem, isso é segredo. Cabe então aqui o ponto “final”.
O Ilustrador (Tomo II)
Brilha, brilha, brilha, brilha, brilhaaaaa… até que brilhou. Gerou pedras preciosas dos buracos negros que no céu desenhou, furando-o com pincéis hábeis ensopados em tintas mágicas. Tão fortes, tão poderosas, que tornaram todas as anteriores andrajosas. Que encanto o espanto que gerou nos entrementes de todos os que eternamente se haviam sempre armado em descontentes. Mostrou-lhes que a coisa é mesmo em si, que tudo rola em direcção definida, que a chuva cai primeiro do Sol e só depois do firmamento. Mas foi preciso um cataclismo para que acreditassem.
O Ilustrador (Tomo III)
Escreveu uma estória sem final. Tudo o que queria era que o escutassem afinal. Mas depois de tantas voltas ao redor de nada, fez cuspir faíscas de um ventre lunar e todos as tomaram por fogos de artifício. Nada mais genial.
O Ilustrador (Tomo IV)
Ele teve a coragem de ir ao outro lado. Por lá ficou até sentir que estaria na hora de voltar. Quando o alarme soou, ele realmente voltou. Trouxe consigo as ideias que levara, agora revisitadas, mais as que gerou tanto quanto as que ressuscitou. Como poderia alguém ter entendido que ele se havia redefinido numa experiência de mescla de tempos verbais? Se no mundo em que estivera nenhum sentido houvera, iria agora dizer-lhes que essa era a máxima do sentido? Achou que o melhor seria sorrir, sorrir, sorrir, até que se cansassem de o ver sorrir, até se poder demitir. Mas ninguém o demitiu, nem ele se eximiu. Ao invés disso, pediram-lhe mais. E ele se intrigou. Mas se não entendem, porque se parecem interessar? Foi aí que veio a Revelação. O que tinha que fazer não era explicar, mas sim levar. Como quem convida para dançar. Anda vem comigo, tenho algo para te mostrar. E só assim conseguiria. E só assim conseguiu.
O Ilustrador (Tomo V)
Entrou nas cabeças de outrem e fê-los lembrarem-se de quando eram novos, e convidou-os a por aí ficar. E ficaram. Então os tais buracos negros que de início no céu desenhou levaram os impiedosos, exoneram os jocosos e coroaram os virtuosos. Tudo isto sem que alguém o houvesse profetizado para vir depois colher louros inflamáveis, só assim se quebrou o ciclo. Sorriram os loucos sanados. E os orifícios no céu se fecharam. E veio uma calmaria em que todos se sentaram, e alguns até se deitaram. Mas todos, mesmo todos, adormeceram e sonharam. Sonharam que viviam aquilo, e naquilo efectivamente habitavam. Já não era um sonho. Era real. E ele pôde então volatilizar-se e voltar ao que sempre fora e nunca quisera deixar de ser, apesar de voluntariamente se ter destacado missionário. Valera. Valera por tudo. Porque agora que o véu se sublimara, mais um mundo se elevara.
Era uma vez um rapaz, que ainda agora aqui tinha chegado, mas que já estava farto de se sentir cansado. Queria que tivessem contado estórias sobre ele, mas acabou contando estórias sobre todos os outros. Das ilustrações mal ilustradas que ilustrou, aos olhos de quem nunca soube ver, pouco ou nada restou. Então procurou, procurou, procurou. E para seu espanto achou. Mas isso… Bem, isso é segredo. Cabe então aqui o ponto “final”.
O Ilustrador (Tomo II)
Brilha, brilha, brilha, brilha, brilhaaaaa… até que brilhou. Gerou pedras preciosas dos buracos negros que no céu desenhou, furando-o com pincéis hábeis ensopados em tintas mágicas. Tão fortes, tão poderosas, que tornaram todas as anteriores andrajosas. Que encanto o espanto que gerou nos entrementes de todos os que eternamente se haviam sempre armado em descontentes. Mostrou-lhes que a coisa é mesmo em si, que tudo rola em direcção definida, que a chuva cai primeiro do Sol e só depois do firmamento. Mas foi preciso um cataclismo para que acreditassem.
O Ilustrador (Tomo III)
Escreveu uma estória sem final. Tudo o que queria era que o escutassem afinal. Mas depois de tantas voltas ao redor de nada, fez cuspir faíscas de um ventre lunar e todos as tomaram por fogos de artifício. Nada mais genial.
O Ilustrador (Tomo IV)
Ele teve a coragem de ir ao outro lado. Por lá ficou até sentir que estaria na hora de voltar. Quando o alarme soou, ele realmente voltou. Trouxe consigo as ideias que levara, agora revisitadas, mais as que gerou tanto quanto as que ressuscitou. Como poderia alguém ter entendido que ele se havia redefinido numa experiência de mescla de tempos verbais? Se no mundo em que estivera nenhum sentido houvera, iria agora dizer-lhes que essa era a máxima do sentido? Achou que o melhor seria sorrir, sorrir, sorrir, até que se cansassem de o ver sorrir, até se poder demitir. Mas ninguém o demitiu, nem ele se eximiu. Ao invés disso, pediram-lhe mais. E ele se intrigou. Mas se não entendem, porque se parecem interessar? Foi aí que veio a Revelação. O que tinha que fazer não era explicar, mas sim levar. Como quem convida para dançar. Anda vem comigo, tenho algo para te mostrar. E só assim conseguiria. E só assim conseguiu.
O Ilustrador (Tomo V)
Entrou nas cabeças de outrem e fê-los lembrarem-se de quando eram novos, e convidou-os a por aí ficar. E ficaram. Então os tais buracos negros que de início no céu desenhou levaram os impiedosos, exoneram os jocosos e coroaram os virtuosos. Tudo isto sem que alguém o houvesse profetizado para vir depois colher louros inflamáveis, só assim se quebrou o ciclo. Sorriram os loucos sanados. E os orifícios no céu se fecharam. E veio uma calmaria em que todos se sentaram, e alguns até se deitaram. Mas todos, mesmo todos, adormeceram e sonharam. Sonharam que viviam aquilo, e naquilo efectivamente habitavam. Já não era um sonho. Era real. E ele pôde então volatilizar-se e voltar ao que sempre fora e nunca quisera deixar de ser, apesar de voluntariamente se ter destacado missionário. Valera. Valera por tudo. Porque agora que o véu se sublimara, mais um mundo se elevara.