Habituou-se a frequentar a dita estação, um elefante-branco quase ao abandono. Não pelos comboios, antes pelo sossego. Onde já se viu, a pessoa poder ler, escrever, contemplar, num espaço urbano e público? Quando se sentava nos bancos, costumava cumprimentá-los, porquanto não incomodavam, pelo contrário, pareciam comungar da mesma atitude intrínseca: estar e deixar estar. Depois, acertado com a hora, recebia o calor do espectro solar, filtrado pelos vidros espessos, e aquecia. Foram precisos anos, quando lá passou com uma rapariga desconcentrada, para perceber que só ele os via
- A quem falaste?
- Eu? Âh? A ninguém. Respondeu, escondendo bem a atrapalhação, porque no fundo, não acreditando, sempre o soubera.
Para prova dos nove, propôs-se testar com mais um punhado de pessoas. Não precisou de tantas. Realmente se verificava. Fechou o assunto, grafando o poema que se segue:
Invisíveis apesar de visíveis.
Flanando disfarçados entre os 'perdidos', andarão os 'Escolhidos', alumbrando Iluminados.
Se ao menos aqueles vissem estes, sequer o conseguissem...
Mas quem serão, senão, os que já Estão, 'Presentes' entre os 'ausentes'?
Questão ou afirmação? Em breve, todos saberão.
(E para ti: 'Visíveis' ou 'invisíveis?' | Jehoel)
#jehoel #poesia #poética #poema #poemas #fotografia #poeta #prosa #prosapoética #textosintimistas #visíveis #invisíveis #estação #perdidos #escolhidos
Sem comentários:
Enviar um comentário