Tempos antes, as pessoas começaram a agir de modo estranho. Os animais, então, foi um descalabro: cãos e gatos que desapareciam, espavoridos; bichos selvagens que apareciam nos lugares mais inusitados; e as aves, sobretudo as aves, incidiram em voos desconexos. Claro que o medo começou a escalar, até em que antecipara aquilo, uma coisa é prever, outra é viver.
Quando o céu mudou para uma cor apocalíptica, primeiro num hemisfério, depois no outro, e as gentes se começaram a sentir eletrocutadas, foi o ponto final. Balbuciavam coisas aparentemente sem nexo, cacofonia. Estrelejavam, aos sacões, possuídas por uma espécie de Dança de São Vito. Choveu uma neblina ignescente, algo que não se havia antes concebido (“Línguas de Fogo?”), e sobre o momento exacto da concameração, nem os que usualmente pressentem o adivinharam. Tudo veio mesmo “como o ladrão na noite”, arrasando o que encontrasse à sua passagem.
(Quando De Noite e Dia For Assim | Jehoel)
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