domingo, 17 de julho de 2011

Rádio (O Rapaz que só sabia Amar)

Era como uma geringonça que transmitia numa frequência invulgar, por isso lhe deram o nome de Rádio.

Era doce e amoroso. Sorrindo um sorrido que reverberava num padrão subtil.

Rádio só conhecia o Amor. E mesmo quando lhe diziam, “Rádio, és Idealista, tem cuidado, não estás no mundo angelical”, ele não fazia caso.

Porque no fundo Rádio sabia muito, ao contrário de toda a gente que teimava em aconselhá-lo, porque quem mais aconselha menos sabe. Mas Rádio sabia mesmo muito, e por isso estava sempre calado. Limitava-se a emitir, silenciosamente, Ondas de Amor. E só quem entendia ficava ao pé dele, os que não eram tocados iam-se, mas não há mal, o seu tempo a cada qual!

O que Rádio transmitia era tão maravilhoso, um Caleidoscópico de Sons, palavras sem significado que formavam um Idioma Poético livre de tradução. E por isso, Rádio apesar de não o dizer emitia: “não pensem, não analisem, não interpretem… sintam… só!”.

Rádio, o Rapaz que só sabia Amar, e que apesar de ser uma estória do passado, ainda está para chegar. Na verdade já cá está, e sempre estará, aparecendo apenas para quem conseguir e se deixar Tocar.

Obrigado. Eu Amo-Te, Rádio…





Post Scriptum: poderia pedir-te desculpa pelas vezes em que te ofereci coisas só porque gostei delas. Mas acho que isso é precisamente o que pouca gente faz. Já reparaste que quase sempre se dá algo a alguém na expectativa que seja uma coisa que vá de encontro ao seu gosto? E se começássemos a presentear-nos com novidade e o inesperado? Não seria dar um passo em frente? Passar de um mundo de hábitos, a um planeta de espontaneidade e magia?... Aqui fica, se quiseres aceitar, é tão somente uma Reverberação do meu Coração!

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