Jardim dos Sete Suspiros. Um tapete de grama protegido por uma escolta de árvores seculares. São tão antigas que dominam todos os idiomas dos homens que por ali passaram. Porque os homens, esses, são efémeros apesar de suas Almas Eternas…
De um lado o portão confinado entre muros reforçados por arbustos esculpidos. Do outro um palácio branco, que á noite ganha a miríade de tons arremessados pelos holofotes toscos que projectam sobre ele sua luminosidade artificial. A Luz propaga-se infinitamente. Não obstante meus olhos vejam feixes finitos, minha Alma capta integralmente essa infinitude, pois é feita dela…
Os passos que se desejariam mudos são ruidosos, denunciados pelo crepitar das primeiras folhas caídas. As mais frágeis, poder-se-á pensar, pois pereceram ao sopro premonitório do Outono. Se isso faz delas as mais fracas não é a mente do homem que o dirá, nem a da mulher, só a de Deus residente no interior de cada um desses, mas massivamente esquecido. Não há como deixar de pisá-las, na verdade, não há essa intenção sequer. É uma maneira legítima de quebrar o emudecimento que subjaze imperial ao ténue vento que ali sopra. O Espíritos que aqui pululam segredam-me Orações ao ouvido, e por isso me arrepio…
Sento-me nas escadarias que dão de frente para o gramado. Mentiria se dissesse que a pedra está fria. É simplesmente pedra, nada mais que isso. A natureza não se reprime e é bem verdade, pois entre os lanços de escadas, correntezas de musgo e pequenas flores miniaturizadas irrompem compondo uma tela que é linda de viver pelo óbvio do seu paradoxo. Mas como é noite dormem, as pétalas fecham-se tapando a corola, formando uma concha floral que neste preciso momento pode até estar a Sonhar…
Mas o que fecha a Cúpula que aqui se manifesta é a escolta de árvores. São entidades atentas, contadoras de estórias. Mas quase ninguém as consegue ouvir. Tempos houve em que muitos tinham essa capacidade. Hoje não é assim. Hoje o ruído é tanto que as pessoas não conseguem ouvir os seus próprios pensamentos, quanto mais a Sabedoria Arborescente. Por isso, elas resguardam-se num silencioso secretismo para esses surdos que só é pena não serem também mudos. Mas eu que a cada dia caminho para me libertar da cegueira e da surdez ouço sussurros que ainda não sei interpretar…
E são essas folhas caídas que ao se quebrarem anunciam através de faíscas de som o advento do Outono. É chegada a altura de morrer. Parece claro que é isso que venho aqui procurar, convidar a morte a levar tudo o que é defunto em mim. Plutão, Arcanjo da Morte. Venho aqui para morrer… Que ‘eu’ morra, para então Renascer.
De um lado o portão confinado entre muros reforçados por arbustos esculpidos. Do outro um palácio branco, que á noite ganha a miríade de tons arremessados pelos holofotes toscos que projectam sobre ele sua luminosidade artificial. A Luz propaga-se infinitamente. Não obstante meus olhos vejam feixes finitos, minha Alma capta integralmente essa infinitude, pois é feita dela…
Os passos que se desejariam mudos são ruidosos, denunciados pelo crepitar das primeiras folhas caídas. As mais frágeis, poder-se-á pensar, pois pereceram ao sopro premonitório do Outono. Se isso faz delas as mais fracas não é a mente do homem que o dirá, nem a da mulher, só a de Deus residente no interior de cada um desses, mas massivamente esquecido. Não há como deixar de pisá-las, na verdade, não há essa intenção sequer. É uma maneira legítima de quebrar o emudecimento que subjaze imperial ao ténue vento que ali sopra. O Espíritos que aqui pululam segredam-me Orações ao ouvido, e por isso me arrepio…
Sento-me nas escadarias que dão de frente para o gramado. Mentiria se dissesse que a pedra está fria. É simplesmente pedra, nada mais que isso. A natureza não se reprime e é bem verdade, pois entre os lanços de escadas, correntezas de musgo e pequenas flores miniaturizadas irrompem compondo uma tela que é linda de viver pelo óbvio do seu paradoxo. Mas como é noite dormem, as pétalas fecham-se tapando a corola, formando uma concha floral que neste preciso momento pode até estar a Sonhar…
Mas o que fecha a Cúpula que aqui se manifesta é a escolta de árvores. São entidades atentas, contadoras de estórias. Mas quase ninguém as consegue ouvir. Tempos houve em que muitos tinham essa capacidade. Hoje não é assim. Hoje o ruído é tanto que as pessoas não conseguem ouvir os seus próprios pensamentos, quanto mais a Sabedoria Arborescente. Por isso, elas resguardam-se num silencioso secretismo para esses surdos que só é pena não serem também mudos. Mas eu que a cada dia caminho para me libertar da cegueira e da surdez ouço sussurros que ainda não sei interpretar…
E são essas folhas caídas que ao se quebrarem anunciam através de faíscas de som o advento do Outono. É chegada a altura de morrer. Parece claro que é isso que venho aqui procurar, convidar a morte a levar tudo o que é defunto em mim. Plutão, Arcanjo da Morte. Venho aqui para morrer… Que ‘eu’ morra, para então Renascer.
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