Encontraram-se. Ele tinha acordado cedo. Ela ainda se ia deitar. Trocaram palavras de ocasião. O diálogo fermentou, ignorando a improbabilidade, até deitar por fora.
- Andamos a vestir "máscaras" o ano todo (uma vida inteira?) e ainda temos necessidade de ter dias específicos para elevar isso ao quadrado ou ao cubo... não se poderia (ou deveria?) celebrar o inverso, o despir das máscaras?...
- Dizes isso porque me mascarei? Perguntou, visivelmente afectada.
- Calma. Marcou a posição. Aí é que está, não estou a pensar em ti ou em alguém em particular, a não ser na massa. Não é uma crítica apontada, se não quero, não participo, tudo bem. Foi apenas uma reflexão, "minha"... Além disso, mesmo que fosse, se é Carnaval, seria suposto não levares a mal, certo?
- Dizes isso porque me mascarei? Perguntou, visivelmente afectada.
- Calma. Marcou a posição. Aí é que está, não estou a pensar em ti ou em alguém em particular, a não ser na massa. Não é uma crítica apontada, se não quero, não participo, tudo bem. Foi apenas uma reflexão, "minha"... Além disso, mesmo que fosse, se é Carnaval, seria suposto não levares a mal, certo?
Sem resposta. Despediram-se. De um lado ficou a autenticidade, do outro o desconforto. Ela foi curar a ressaca. Ele seguiu ao encontro da equipa de voluntários que, no dia seguinte à farra, iriam apanhar lixo de toda a sorte.
(O que parece Bonito, pode bem ser Lixo | Jehoel)
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