domingo, 24 de abril de 2022

Repórter da Alma | Discernimento | Viagem Interior

De que serve a viagem se não for interior?


(De Dentro para Fora, de Fora para Dentro | Jehoel | Pedra Amarela, Sintra)


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sábado, 23 de abril de 2022

O Eliciar do Mar Esquecido em Ti

Contei-te tudo o que sabia,
Mas tu achaste que era mais do que havia.
O que é isso de haver mais?
Não basta "só" o que É?

Assim, não percebeste que amando te adorava,
Que seria em ti o rio que desaguava,
Eliciando de ti o Mar (de) que (te) esqueceste.



(Eliciando o Mar em Ti, Jehoel)


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segunda-feira, 18 de abril de 2022

Flores Perdidas de Amores

Olha que duas flores, perdidas de amores,
Meiminhas e meiguinhas, tão juntinhas.


(Estevinhas, Jehoel)


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sábado, 16 de abril de 2022

Flor Perfeita (Correspondendo)

Flor Perfeita
Na utopia me deita e acaricia
E eu correspondo com a poesia que vou compondo...


(Flor Perfeita, Jehoel)


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quarta-feira, 13 de abril de 2022

Do Casamento (No Miradouro do Vigia)

- O que achas do casamento?
- O casamento formal?
- Isso, com tudo incluído.
- Acho que a união de duas almas, em dois corpos, para caminharem juntas no melhor e no pior, por pelo menos uma vida, é do mais profundo que possa haver... mas não sinto que seja preciso validação externa, a menos que seja mística... mas aí será interna, não?... É como o baptismo, só me faz sentido se houver alguma transmissão, se quem baptiza te ajudar a "receber ou "desbloquear" a graça, o Espírito Santo em ti. No casamento deveria ser a mesma coisa, mas num elo assumido entre as duas almas. Não sei se é demasiado poético ou seja lá o que for, mas é o que sinto.

Ambos ruminaram, sem mascar em demasia. Que se desenquadravam, ou assim se sentiam, do grosso da gente, era-lhes um facto.

- Acho que tanto homens como mulheres têm medo do compromisso, sobretudo nos dias de hoje. A cultura de narcisismo, superficialidade e precipitação emocional opõe-se  à perspectiva de termos de fazer cedências, por vê-las como um sinal de fraqueza e não de consciência. Pausou. Temos medo do amor, da entrega. Numa relação o ego é posto em causa, contudo somos condicionados a idolatrar o ego desde o berço. Tens aí o problema? Ele acrescentou.
- Oh, vamos ficar todos sozinhos para sempre? Que triste... Lamentou ela.
-  Não estamos sós, estamos com Deus.

Dois pardais, quem sabe um casal, rasaram-nos com um voo flexuoso. Conversavam em viva-voz, carne e osso, à margem de ironias, uma prática em desuso. Sentados num dos bancos do Miradouro da Vigia, apaniguados pelo maior plátano, alienavam a vista do diálogo, dos pensamentos, pousando-a no Palácio da Pena, Castelo dos Mouros e Monte Sereno, plantados numa serra que ali permaneceria muito depois deles.

- Mas também não faças caso do que te digo...
- Porquê?
- As mulheres fogem de mim, desde tenra idade.
- Isso é porque andas noutra dimensão. Surpreendeu-o.
- Outra dimensão? Estou morto e ninguém me avisou? Gracejou.

Ela riu-se. Ele comprazeu-se de a ter feito rir. Com isso concentraram-se nos tufos de boninas que cresciam naturais, à revelia da tentativa de organização imposta pelo jardim humano. E a Primavera anunciando-se.


(Miradouto da Vigia, Jehoel)


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domingo, 10 de abril de 2022

Repórter da Alma | Alcobaça | Até ao Apocalipse

Impenitente, caminhei pela nave central. Fui detido no seio do transepto onde, penitente, me redimiu o Sol Poente. Alvejado por um raio contínuo entre os olhos, ceguei momentaneamente de uma dor de pontada no coração. Franzido, pestanejei até dissipar, dentro do aceitável, o clarão que se me tatuara compulsivo nas retinas. Recuperando a vista, perscrutei em redor, ao alto a abóbada, rosáceas, vãos, frestas e janelões. Não entendi como houvesse sido geometricamente possível, sequer, qualquer feixe de ocaso me atingir. Ao desistir de procurar respostas, decifrei. Como sempre acontece, por se reaver o espaço ocupado pelos pensamentos. Parara precisamente no lugar proibido de o fazer. Estava na linha de reencontro dos olhares de Pedro e Inês. Felizmente, o apocalíptico Juízo Final não estivera marcado para aquele instante. Desviei-me com o passo que faltara dar. Tumular, contemplei-os aos dois, encarnados em seus sarcófagos, dormitando o evo sono da morte, em banho onírico.

Inês. Respirando branda. Tão ténue que de uma inspiração à expiração, e de uma expiração à inspiração, consome anos. De algum modo consegui entrevê-lo, a despeito da minha mortal brevidade. Está serena. Consciente num misto de sono profundo e lúcido. Os anjos, dos que lhe amparam a cabeça, de cada lado, aos pés, embalam-na em uníssono, gerando uma ondulação, catatonia de analgesia. Anuíram, transmitindo-me a etérea frisagem. Verti, por infusão, reverente.

Foi Pedro quem me alienou. Circundei-lhe o sepulcro, que circunfluiu à minha passagem. Os anjos apaniguadores, agitaram-se, impondo mãos sobre o monarca. O possante mastim a seus pés rosnou, resfolegou, voltando a sentar os queixais, sonâmbulo. O Bom Cruel dorme leve, cônscio do entorno, até à fimbria do Universo, iriado pelo íntimo, agastado com o que viveu, ansioso do que roga viver. Aproximei-me do seu rosto dormente. Os dois anjos, mantendo as mãos sobre o seu amo, abriram-me alas. Pedro sonha, ininterruptamente. Por ele perpassam os sonhos de todos os homens morridos e viventes. Atrevi-me, mais que isso, arrisquei. Segredei-lhe de Inês, que está pronta, preclara, aguardando-o, amável. Divulguei, encontrar-se-ão no colo da Respiração, que se deixasse reconhecer unido a Ela, suavemente. Vieram-se-lhe lágrimas de calcário, ao corpo logrado. Verti, por osmose, empaticamente. Os anjos cerziram o intervalo aberto.

Transfigurado, abalei contornando os túmulos, de maneira a não cruzar a linha onde os fitos, amantes, se reencontrarão em glória. Está quase. Em verdade, já está.


(Acorda, Pedro, Respirando... | Jehoel)


(Trabalho exposto na Exposição "D. Inês de Castro" no Atelier Galeria Cheila Peças, em Alcobaça, de 9 a 30 de Abril de 2022)


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Inês (Coração de Imensidão)

No Coração de Inês
A tez da Imensidão

De Sombras e de Luminosidades, beijadas às alfombras do seu sexo, contundente, penetradas às perplexidades de um amplexo, fremente, de voluptuosidades.

Ao Crepúsculo da Humanidade, serão, ele e ela, ultrasibilíticos.

Reencontrar-se-ão os Alentos, dela e dele, além intentos, e apocalípticos.

Na tez da Imensidão
O Coração de Inês


(Inês Renascida, da Luz e das Sombras | Jehoel)


(Trabalho exposto na Exposição "D. Inês de Castro" no Atelier Galeria Cheila Peças, em Alcobaça, de 9 a 30 de Abril de 2022)

 

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modelo: @roqrod_

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Quando foi? Quando é? Quando será?

Foi quando deixámos de olhar para o Céu e nos afunilámos na ilusão de nós,
Foi quando nos desligámos de pisar a terra e desprezámos o legado dos nossos avós.

Olhemos:
A destruição precede a renovação,
(Diz que) Antes do Arrebatamento virá um tormento.
Será?
Veremos...


(Da Terra e do Céu, Jehoel)


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terça-feira, 5 de abril de 2022

Querer Fazer (Ou Estar?)

O que (não) quiseres?
Se (não) fizeres também está bem...
Então, em que ficamos?
No que Há, ficamos no que Estamos.


(Decalques, Jehoel)


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