quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Olímpica (Em Duo)

A fusão da essência de cremes com o cheiro da sua pele, gerava o Olimpo numa silhueta feminina. Ademais, era contorcionista, lídima acrobata. Meros atributos. De pouco lhe valiam na hora do aperto. Comprimida por debaixo dele, completamente à mercê, agrilhoada à prisão mais apetecível. O delírio de sentir-se sufocada pelo peso da sua marcha compassada. Que sufocasse até à morte, porque morrer é o derradeiro gozo, a porta para o renascimento. Recebia-o abrasiva, não fossem as suas paredes mucilaginosas, caiadas a tinta de areia, berrante. Abarcada, como ela amava ser assim abafada, ampliada, por ele. Em outros arranjos, poria em prática as destrezas das suas artes acrobáticas. Naquele, simplesmente entregava-se. Então, qual a do Som, quebrava-se a Barreira do Prazer. Auroravam as modularidades vocais, na verdade, vinham-se, transumanas, imperiais. Em Duo.



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