Pensei agora no tamanho do teu coração e apeteceu-me celebrar-te!
Não sou de fugir à responsabilidade de Ser, mas o que conta não são as minhas palavras, antes o que tu consegues resgatar do teu Espírito tendo-as como pretexto!
Já te correu que nem sempre tenhas ido directamente ao assunto no que toca a ti? Parece-me que procuras nos outros a beleza que não consegues ou não queres ver em ti. Talvez guardes na gaveta o melhor que há em ti!... Olha o canto, porque não cantar? Talvez se fosses mais sob a égide da Alma que encanta cantando não tivesses tantos “dissabores”. Foi o que me ocorreu aqui ao vento quando conversava comigo tendo-me diante de mim, ao traçar o plano de voo.
Dentro em breve as Glicínias vão florescer, enfeitando a vista para o castelo, tornando ainda mais apetecível o ponto de partida rumo à subida.
Sem certezas ou pretensões de as ter, tenho em mim algo claro para ti, mutatis mutandis: é que, em todo o caso, sou um aficionado de gatos e papoilas, os gatos são místicos as papoilas produzem ópio!
Dissidentes!?!?!? Não, somos "heróis"! Um pouco de irreverência é uma especiaria a juntar ao caleidoscópio de sabores da vida!...
Vai começar a chover
Veloz
Vai começar a ventar
Atroz
Mas há quem esteja preparado
Como já o disse, só porque sim
E há quem não o esteja
Como o disse já, só porque não
Mas a Chuva não é dessa, tão-pouco o Vento
E há-de haver gente a bater em portas que já não existem
Porque as regras acabaram de mudar
E para acompanhar houve um período para calibrar
E agora, propositadamente, falei ao contrário do que já tinha dito
Porque mesmo sendo tu a ler, é sabido que não sou eu a escrever
Porque mesmo sendo tu a interpretar, é conhecido que não sou eu a debitar
Assim vão as coisas
São como estão
Códigos Convexos
Estão como são
Estilos Perplexos
Informação Adicional: quanto a caçadores e caçados, mudança de paradigma em plena execução.
Mais Informação Adicional: estado do descarregamento, praticamente completo.
A ver o passado passar-se Esvair-se Esgotar-se Nada ficou do que já passou Nada se relembra, apenas se reinventa Porque se já aconteceu, então já não existe Assim sendo, porque não o Presente!? Assim seja, então.
[Desimpedindo Circuitos] Não é que o que atrás se escreveu seja o que parece, de modo algum. Alude a outros e diferenciados planos configuracionais. É que vai haver uma limpeza dos implantes e o material real vai emergir para então se manifestar. Estás pronto? Estás pronta? Como vai ser? Em que me medida se assemelha ou não a algo que te possa ser dado como termo de comparação? Bem, certamente não será por aí. Poderia dizer-se que é como colher figos de uma figueira às tantas da noite? Poderia dizer-se que é como fazer parte de um exército de elite não convencional? Poderia dizer-se que é como fazer arte com materiais que os teus cinco sentidos desconhecem apesar de sempre terem existido. Poderia, pois poderia, dizer-se muitas e outras coisas, mas continuaria em falência a plataforma de entendimento, porque ainda não há a quantidade suficiente de água no aquário, sem que “água” ou “aquário” remetam para uma interpretação literal, trasliteral ou iliteral. Por isso, fica-te, baixa os braços, relaxa, descontrai. Deixa a nevoa dissipar. Se te agonia, não te apoquentes. Se te crucia, não te atormentes. Das dores de parto e do delivrar nunca ninguém te falou? Pois há quem se trasfegue sorrindo. E sem pretender que o que a seguir ambicione parecer, volte-se então ao que para trás ficou e à frente se reescreve, ressalvando o que foi certificado e, perdoe-se-me o emprestado tom de pretensão, confirmado. É a hora, é o interface, transfundir. Que se passe. Está passando. [(re)Carregando Circuitos]
Sem regras o Jogo Desregrado. Chega-te mais perto, aproxima-te. Aproveita e trás o medo que te carrega, o bloqueio que te sobrecarrega. Agora, solta-o, solta os a todos! Que caiam eles, que caiam contigo também, porque é necessário que morras. E depois de Renasceres, sendo aquilo que em Essência sempre foste, aos olhos transeuntes não serás pelo que és, é necessário que te escondas de ser, para que não vejam o que não podem perceber. Esse tempo virá, mas, até lá, serás cometa de prodígios. E a lista de Sinais segue-se: Chuva de granizo. Cai pesado à vista, mas imponderável ao toque; Raio Cósmico. Céu alumiado, firmamento descolorado; Nuvem negra. Mas não é o que parece, é o que é. E o que tem que ser é só para quem sabe saber, portanto, se mais houver, mais haverá.
Segue-se o Nascimento do Novo Corpo, seja Homem, seja Mulher, em todo o caso entenda-se que é caso de pura Arqueologia não redutível a alguma progénie onomástica
O que prosseguindo nos termos da mesma Sequenciação resulta em:
[Primícias]
Numa Informação Onírica havia um Feixe de Luz Verde irradiando do peito
A registar: Corpo Esmeralda, Coração Verde
[Advento]
Caiu a gota
Da gota nasceu a Encíclica
Da Encíclica abriu-se o Buraco
Pelo Buraco mergulhou-se no Universo
No Universo Corpos Celestes, o Sol, e Foi-Se
E voltou-se à Matriz Encarnada
Multiplicando-se o Mergulho em cada Unidade sob a égide das Espirais
A registar: Movimento Ondular
[Prossecução]
Translúcidos Seres Voadores, de composição como flâmea, sempre presentes
O Verde jacto, mas que é parte de todas as cores
A registar: Dança Diáfana
[Detalhe Legendado]
O Gigante, Guerreiro de dimensões descomedidas
A Esposa, inexprimivelmente bela, Donzela meiga e apaziguadora, o Brilho Reverberante dos Cabelos que se mexem, em adágio, como reflexos luzentes sobre superfície de água
A registar: Uma Questão de Posição e dá-se o correcto Encaixe, Concatenação
[Pontificação]
O Relâmpago dissemina-se, ignição, actuação
Os dias de Escuridão
A Luta: deve entender-se que ‘O inimigo assume todas as formas possíveis do derredoR’
É lançado o Monólito ao Grande Lago
A Luta Continua: deve reconhecer-se que ‘O Grande Frio começa a expandir, porque se absorve a energia ambientE’
Dá-se o entendimento
Cessa a Luta: a vez do diálogo onde é dito ‘Queres? Então toma, é teU.’
Entrega, Acontece a Rendição
Redemoinho, Nuvem-Cogumelo
Detonação, Nuclear Explosão
A registar: Que desde o Início se tem tratado de uma Semântica sem Sintaxe Possível
[Posfácio]
Nunca nada aconteceu, afinal
Pura Ilusão
Sedição
Sem mais nada a registar.
Final de Sequenciação.
(Nota: apesar de ser a música que fica, esta não é a música que foi)
E assim se começa Setembro, o mês nono mas chamado “sétimo”, rumo ao Equinócio, o dia das noites iguais, ou a noite dos dias iguais, depende de como se queira equacionar.
Será de Outono para quem estiver a Norte
Será de Primavera para quem estiver a Sul
Dependerá somente da escolha sobre onde se queira estar.
E pelo caminho vi que as charnecas continuam a arder
E é fundamental que ardam
Para o campo descampar
No Universo não há bem nem mal. Há forças de criação e de destruição e todos os estados possíveis de (des)equilíbrio entre tais instâncias.
Portanto...
Os dados?
Mas se já são conhecidos os resultados!?
Porquê tanta excitação!?
Post Scriptum: e ajuntar ao dilema uma deliciosa citação.
Saiu para a cozinha, acendeu um fósforo, um fósforo humilde, ela que poderia desfazer o papel com o olhar, reduzi-lo a uma impalpável poeira, ela que poderia pegar-lhe fogo só com o contacto dos dedos, e era um simples fósforo, o fósforo comum, o fósforo de todos os dias, que fazia arder a carta da morte, essa que só a morte podia destruir. Não ficaram cinzas. A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.