sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Mendigo 22:21 (Pedras ao Ar)

Nem sempre as pedras acertam
Só se forem para acertar
Mas para isso é preciso que haja motivos para as querer beijar
E se o beijo é um eufemismo, a culpa é uma hipérbole

Um dia destes vou morrer
Tu continuarás vivente
Mas antes de nós alguém terá morrido e depois renascido
Tens a certeza que é assim que queres?

Eu deixei de querer
Nunca podia possuir o que queria
Percebi que me possuía aquilo que tinha
Foi a tempo que deixei tudo o que implicasse ter

Deixou partir o comboio da vida, partiu-se
Encostado ao canto do Coração envenenado, nunca cantou
Ao vão da escada abandonado, em vão
Um prato sem comida mas com colher, ele colheu

Olhos escondidos, olhar adulterado
Ofensas atiradas, avenças recusadas
Arremessos dedicados, espantalhos abraçados
Desencontro encontrado, Poema dedicado


Esta foi a estória de um gajo que perdia sempre as capicuas por um minuto. Pensou que fosse um mau sinal. Não aguentou, enlouqueceu. Pena não ter percebido que estava tudo combinado, e que no desvio não havia nada de errado. À força de tanto se ansiar alinhado do desvio, acabou desviado de alinhamento. Ironia, não?

Que hora são!?... São… 12:11.
Obrigado.


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