sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón (Citações escolhidas)

A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón é unanimemente tido como um dos melhores livros que já foram escritos. Sem qualquer margem para dúvidas, estou de acordo. Mas a verdade é que para mim foi muito mais do que um livro. O máximo que poderei ou conseguirei dizer é que "já estive ali"…

Aqui deixo um conjunto de citações escolhidas (ou que me terão escolhido).



Nunca confies em ninguém, Daniel, especialmente nas pessoas que admiras. São essas que te cravarão as maiores punhaladas.

As palavras com que se envenena o coração de um filho, por mesquinhez ou por ignorância, ficam enquistadas na memória e mais tarde ou mais cedo queimam-lhe a alma.


A maneira mais eficaz de tornar os pobres inofensivos é ensiná-los a quererem imitar os ricos. É esse o veneno com que o capitalismo cega.


Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro.


Aquele rapaz não tem nem nunca terá amigos. Tem alma de aranha.


E por isso acha que se conseguir desvendar o mistério de Julian Carax e resgatá-lo do esquecimento, o rosto da sua mãe voltará a si?


O destino está ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicilio. É preciso ir atrás dele.


Acho que nada acontece ao acaso, sabes? Que no fundo, as coisas têm o seu plano secreto, embora nós não o entendamos (…) Tudo faz parte de qualquer coisa que não conseguimos perceber, mas que nos possui.


Jacinta, isso que viste é Barcelona, a grande feiticeira, e o templo espiatório da sagrada família.


Jacinta soube desde o primeiro dia que aquela cidade era mulher, vaidosa e cruel, e aprendeu a temê-la e a nunca a olhar nos olhos.


A aia sabia que quem ama de verdade ama em silencio. Com actos e nunca com palavras.


(…) pesadelos nos quais aquele rapaz de olhar turvo se lançava sobre Penélope com a fria e indiferente brutalidade de um insecto.


O problema de Julian era que tinha o coração envenenado e que por isso só conseguia escrever aquelas histórias de espantos e trevas.


Vouz avez poison au couer, mademoiselle.


O Julian, que tinha alma de poeta, e portanto de assassino, reunia as qualidades.


Ele sentia veneração pelos mosquitos e pelos insectos em geral. Admirava a sua disciplina, a sua fortaleza e a sua organização. Não existia neles calanceira, a irreverência, a sodomia ou a degeneração da raça. Os seus espécimes predilectos eram os aracnídeos, com a sua rara ciência para tecerem a armadilha em que, com infinita paciência, esperavam as suas presas, que mais cedo ou mais tarde sucumbiam, por estupidez ou preguiça.


Tinha uns olhos pretos e sem expressão, olhos de peixe.

E em Barcelona, aquela grande teia de aranha que ele tinha feito sua, o Funero estaria à sua espera.

As pessoas como o Funero nunca deixam de odiar. Não há sentido nem razão no seu ódio. Odeiam como respiram.

Os acasos são as cicatrizes do destino.

Vestia de marfim e trazia o mundo no olhar.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nada é impossível (Mais)

Memória Descritiva: Como duas Estrelas Gémeas, que numa rota de progressiva aproximação, vão-se tocando até à fusão. Aí dá-se um arrebatamento explosivo, fruto do pináculo da aceleração. Da força do evento gera-se um buraco negro que retrai a si toda a matéria até à ultima partícula, momento em que entra em colapso e cessa. No final fica espaço, vazio.



O calor que invocas trepando por essa dança acima. Teu corpo emprestado, não obstante, é nele que me encaixo, latejante. E polulo contigo nessa oscilação de renuncia ao prazer mundano. Mais do que isso, muito Mais.

A tua pulsação sobe à frente da minha, puxo-te, faço-te descer. Ressentes-te desse ardor provocado nas paredes transbordadas do teu interior. Emanas. De me comprazer deixo escapar e começo a evaporar-me, então travas-me num abraço pélvico, trazes-me de volta a nós. Para seguir e continuar mais.

Ouve-se o teu sangue sobreaquecido cercar em torrentes fervilhantes aquela parte de mim que é um enclave pendular em ti. E é fulgente a linguagem do corpo que envergas pedindo-me que avance mais, e de cada vez que retraio, ainda mais.

E porque abundamos, a Força ascende em uníssono, os portais abrem-se e começamos a jorrar um no outro. É o começo da dissolução. E quando o fluxo se torna irreversível, o movimento excitatório extingue-se, tudo cessa. Consumado está o Êxtase. Acelerando a Dualidade a tal ponto, colapsamos, passamos para o Outro Lado, a Unidade. Para os que ficam deste, está criado um Mito, já não existimos, já não somos mais.



(Depeche Mode, Nothing's Impossible)

Even the stars look brighter tonight
Nothing's impossible
I still believe in love at first sight
Nothing's impossible

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre Entrega (Um Diálogo Entre Cúmplices)

- Pois, eu entendo... o que eu mais quero é isso e clareza mental! Mas no fundo está tudo associado, se o Coração estiver tranquilo a mente será o reflexo dessa tranquilidade. Para Plínio não havia palavras.
- Sabes... no fundo parece que tínhamos de ‘perder’ o nosso Coração para perceber o seu verdadeiro valor e então, sim, transcender… é o que eu sinto... agora não quero só recuperar o meu Coração... quero ir o mais longe possível, seja lá isso o que for… Confessou Lívia.
Para ambos, o momento era o de um Renascer.

"Onde há medo não há Amor, onde há Amor não há medo."


(Nitin Sawhney - Letting Go)

Now I often talk of my heart
How can I turn to the dark
And the swaying silence
I see, there’s nothing I can hold on to
You can’t breathe if I hold you tight
You can’t breathe if I hold you tight

Don’t be afraid of letting go
Don’t be afraid of letting go

Not of anything out of anyone
All alone here with my demons
Am I ready to move on
To a person or place
Alone away from here
And I miss you
And I loose you
And I found you
I choose to follow my heart

Don’t be afraid of letting go
Don’t be afraid of letting go

Not of anything out of anyone
Out of anything out of anyone

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Girls Love Writers"

Só queria subir caminho até ao topo de uma penha que há no meio da serra e sentar-me. Estacionei o carro num parqueamento improvisado junto a Monserrate e deparo-me com isto...

"Girls Love Writers"