quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Veios (Em teus Seios)

Nosso toque de Dança
Amoroso
Jogo de balança
Primoroso

Brincando.
Fogosos colorindo
Repetindo.
Carinhosos abraçando

Os veios azuláceos em teus seios opiáceos
Caóticas curvas de nível num mapa incrível
Do caminho ao róseo halo entre tua brancura
O pico… ilha da zenital fartura.


(...)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Rapariga Dissolvida (Vis-à-Vis)

Rapariga Dissolvida
Apanhada da vida
Capturada e comida
Empolgada e consumida

Quanta rapidez com que perdes as roupas
E te exsolves numa nudez como há poucas

E eu endureço-me, ferino
E atiro-me, aquilino
Cesurando-te, aguada
Compungindo-te, locupletada

Sem vencedores nem vencidos
Sobrevimos sofredores e convencidos
De que não há concatenares (acoplagens)
Com a potência destes deslumbrares (alunagens)
Opulência
Porque se no Auroreal és a rasgar
No Terminal és toda um Mar
Onde nado, em ti
Em ti, afogado

E que bem que nos fica a Morte
A Última Sorte


(…)

(Mas Amanhã ressuscitamos)
(Como vimos ressuscitando)
(Nunca acabando)
(Repetindo continuamos)

[Sempre, quando Eu digo: Vem vamos ranger (abordagens), Um sobre o Outro]
[Sempre, quando Tu respondes: Vem, vamos gemer (voragens), Um com o Outro]

Untuosa Fruta (Saborosa)

Toda pingada
Dos pomos às ancas
Copiosamente molhada
Pletórica de pancas

Na ocasião da revanche
Te demudas avalanche
Como tudo o que é prazeroso
Teu fruto untuoso
Degustado com intensidade
Galga-te à Insanidade

Toda molhada
Dos pomos às pancas
Copiosamente pingada
Pletórica de ancas


(...)

Frio e Granizo (Emmeio, Mais umas dicas...)

Despenca granizo
É o frio gozando de tanto riso

Tudo alterado
De acordo com o rumo traçado
E entre os do Mundo das Distração
Não esboça a mínima suspeição
Grassa o automatismo
Devassa o libertinismo

Mais uma noite em que ninguém vai dormir?
Já se vai descobrir
Sonhos continuarão uma presença permanente
Cada um sua sentença, ergo, siga em frente

É o frio despencando de tanto granizo
Goza o riso

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ave Canora (Amando à Chuva)

Lá está a Ave Canora cantando
Continua avisando
Alguém mais que a saiba escutar?
Ou ninguém mais a quer atentar?

A chuva ululando pesada
Saturada
De chover
Sem ter por quem sofrer

Recolhimento
Para que o vento cumpra o seu ofício
Sem desperdício
Atendimento

Seios maduros não são fáceis de desenhar
Mas facílimos de gozar
Que se aprendam os desenhos
Que se aprimorem os amásios empenhos
E o Sol em plena noite alevantará
E a Empírea Abóbada se Transfigurará

A Ave Canora. É de que raça?
É de uma que já é escassa:
A de quem descobre
Tudo o que te encobre.



(Te Amo-Te, Mulher)


(...)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Crónica da Transição (Fogacho)

Duas vezes Transição
Sem preocupação

Dores fantasma
O Orbe que pasma
Vem de funda distância
Cheio de substância
Magnética
Lírica sem métrica
Para rebuscar
Ou destroçar?

Tanta tristeza só vai trazer clareza?
Não há certeza

Acabou-se o oblívio, foi aberta a audiência
Para alívio de quem já não tinha paciência

Um duelo cosmogónico
Para a maioria agónico
Para o que resta…
Será uma festa.

Sem preocupação
Duas vezes Transição


(...)


(Desfruir…)
(Luir…)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Elegia ao Palhaço (Dentes de Aço)

Se desconfias, porque porfias?
Está por um fio
De fio a pavio

Irónico
Esse teu gozo pletórico
O das curtições que já se abalaram
Mas julgam que ainda estão
Não há bela sem senão
Estiveste a viver de créditos que já se esgotaram
Agora é pagar
Sobre isso não há volta a dar

O palhaço com dentes de aço?
Só na tua imaginação
Veio daí a tua perdição

De fio a pavio
Está por um fio
Porfias… porque não desconfias





Egolatrias (Exéquias às Euforias)

Vestido a rigor
Sem primor
Incoerência?
Negativo… Consistência!
Tudo por um estilo afirmativo

Futilidades do ego
Nulidades de quem não se sabe cego
É a metáfora da cidade
Cúpula de Perplexidade

Pensa que corre e nem anda
Não sabe que escorre e tresanda
Tristeza a da Condenação da beleza
Por tudo o que se ignorou
Ao que isto chegou
Já nem a chuva chove
Já nem a montanha move

Se agora já é tarde!?
Sim, já tudo arde

Curiosamente, o Triunfo está iminente
Contradição?
Não. É a Leia da Acção


O Advento das Florestas

Florestas perdidas
Certezas tiram vidas

Não recebeste o Alerta?
Então desperta!
Senão nem a morte será a melhor sorte

Rebeliões, Sublevações, Conflagrações, Combustões, Explosões

Vem aí o Fim
Diz que sim

Mas não te preocupes
Nem te ocupes
Depois do pior virá o melhor

Certezas malogradas
Florestas viçam recuperadas