...tenho por princípios Nunca fechar portas Mas como mantê-las abertas O tempo todo Se em certos dias o vento Quer derrubar tudo?...
Sudoeste, Adriana Calcanhotto
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Passeias pela rua da noite com uma música a povoar-te a cabeça e só descobres isso quando chegas a casa e a encontras a insinuar-se com o improvável. Escreves um texto que se te escapa ágil por entre os dedos comandados, mais um testemunho do teu Coração gravado num papel que já se preparava para albergar um desenho. A pergunta havia sido feita, a resposta logo veio, mais cedo ou mais tarde tudo acaba por vir à tona. - As coisas chegam não quando as queres, mas sim quando as podes receber.
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Quando há ressentimento, ao pensares que estás a fechar a porta a uma pessoa indesejável na verdade estás a fazê-lo a outra que gostarias que entrasse. Deixa-te guiar pela compreensão e chegarás ao Perdão, logo a seguir virá o Amor. A partir daí deixará de haver portas para abrir ou fechar, só um Espaço imensamente amplo que habitarás com quem Amas e quem te Ama incondicionalmente.
Somos como corpos celestes, pulsamos a cada instante numa troca contínua com o meio que nos rodeia. O corpo respira Oxigénio, a Alma Amor. E o que é o Amor? É o nome que Poetas e Místicos encontraram para essa Energia que nos envolve e que somos Nós.
Disseram-me que o mundo está prestes a acabar. Eu digo que não. Porquê? Porque não me apetece. Porque isso não vem no meu guião. E só por capricho, só para contrariar, mesmo que isso faça com que seja do contra, apetece-me ser Feliz. E como tal vou sê-lo! Na verdade, de algum modo, mesmo que somente a momentos, já o Sou. E ainda agora tudo (re)começou…
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Só queria correr descalço pela areia e o mar veio molhar-me os pés Fechei os olhos, confiei, atirei ao acaso, saquei a melhor foto de sempre Escrevi combinações aleatórias de palavras com canetas de várias cores, no final ganhei uma declaração de Amor Deixei de querer ser um Anjo, subitamente ganhei asas, voei e chovi Milagres Aceitei que afinal não era capaz de Perdoar e logo a seguir Perdoei Desisti das capicuas, passei a vê-las em todo o lado, a toda a hora Reconheci que afinal ainda não tinha o que é preciso para Amar, descontraí, e num instante Amei Olhei para Ela sem intuitos e recebi o Beijo da Luz no seu Olhar, foi Amor Tanto tempo na berma da estrada qualquer boleia servia, mas apareceu-me um avião…
E continuei, e continuei, e continuei, sem parar, sem me importar…
O que fiz?...
Fiz o que tinha a fazer como se houvesse apenas Eu e o mundo, o mundo e eu, no final todos ovacionarem sem que tivesse reparado que havia sequer alguém ao meu redor
(...)
Amazing
I kept the right ones out And let the wrong ones in Had an angel of mercy To see me through all my sins There were times in my life When I was goin' insane Tryin' to walk through the pain
And when I lost my grip And I hit the floor Yeah, I thought I could leave But couldn't get out the door I was so sick n' tired Of livin' a lie I was wishing that I would die
It's amazing With the blink of an eye You finally see the light Oh it's amazing When the moment arrives You know you'll be alright Yeah it's amazing And I'm saying a prayer For the desperate hearts tonight
That one last shot's a Permanent Vacation And a how high can you fly with broken wings Life's a journey - not a destination And I just can't tell just what tomorrow brings
You have to learn to crawl Before you learn to walk But I just couldn't listen To all that righteous talk oh yeah I was out on the street Just tryin' to survive Scratchin' to stay alive
It's amazing With the blink of an eye You finally see the light Oh it's amazing When the moment arrives That you know you'll be alright Oh it's amazing And I'm saying a prayer For the desperate hearts tonight
"So, from all of us at Aerosmith To all of you out there, wherever you are. Remember- the light at the end of the tunnel May be you. Goodnight!"
- Há uma coisa que tens de compreender antes de te propores a fazer o que quer que seja. - O quê? - Os pais não se 'amam', aceitam-se. Só depois de os aceitar poderás 'amá-los', e se for esse o caso. Ao contrário do que quase toda a gente diz, a família não tem a ver em primeiro lugar com o “sangue”. A família é feita daqueles e daquelas que estão sempre presentes, com quem temos uma ligação Espiritual. É importante perceber isso. - A tua família é o grupo de Almas com quem escolheste Dançar esta Dança Cósmica.
(“home is wherever we are, if there's love there too”)
Às vezes nossa família biológica não é a nossa verdadeira família. Nossos pais ou nossos parentes podem não nos compreender. Podem mesmo não manifestar amor e carinho por nós. Podem rejeitar-nos e maltratar-nos cruelmente. Não somos obrigados a suportar o maltrato ou o desrespeito. Não há débitos a serem saldados que justifiquem os maus-tratos de ninguém. Merecemos ser amados e respeitados.
À medida que crescemos, podemos nos ver cercados de amigos e de pessoas que tenham por nós um carinho genuíno, que nos propiciem a segurança que vem da certeza de sermos amados e tratados com dignidade e respeito. Esses amigos e entes queridos se transformam na nossa verdadeira família. Eles também podem compartilhar connosco dos mesmos valores espirituais e nós podemos ajudá-los a evoluir positivamente. Essas pessoas serão nossa família espiritual. Se formos rejeitados por nossa família biológica, a família espiritual nos acolherá, cuidará de nós e se tornará a família que realmente importa.
Há um velho ditado inglês que diz que o sangue é mais espesso do que a água. Isto significa que, em tempos difíceis, nossos amigos e conhecidos podem se afastar, mas que poderemos sempre contar com aqueles que têm o nosso sangue para apoiar-nos.
O sangue é de fato mais espesso do que a água, mas o espírito é mais espesso do que o sangue. Poderemos sempre confiar em nossa família espiritual para estar ao nosso lado.
Não estou dizendo para abandonarmos nossa família de origem ou deixarmos de manter com ela uma relação amorosa e solidária. Mas insisto na importância de ficarmos atentos para não sofrer violência ou desrespeito físico e emocional. É inadmissível pensarmos que o desrespeito possa ser tolerado porque vem de alguém da família, da comunidade ou do grupo religioso.
Ame a si tanto quanto ama os outros. Merecemos ser amados, apoiados, respeitados. Se a família biológica nos trata assim, é óptimo. Se não, e se os nossos esforços para alertá-la e fazê-la mudar de atitude falharem, devemos abandoná-la e procurar outra família, nossa família espiritual.
- Como é que tu lidas com o instinto de caçador que vem do bicho que há em ti!? - O bicho? Fez-se desentendido. - Ê pá, não me venhas com merdas espirituais! Estás encarnado num animal, tens pulsões, uma delas é a de caçar! Como é que lidas com isso!? - Ah, já entendi! Respondeu sem desviar a atenção do pente com que espalhava a parafina no dorso da prancha. - E então? - Queres mesmo saber? Retardou calma e propositadamente, fingindo uma certa falta de interesse na resposta que pudesse vir. - Sim, porra! Não enrroles! Riu ligeiro, o compasso tinha sido só mesmo para vê-la irritada. Não há dúvida que a beleza de uma mulher se enaltece quando ‘se lhe sobem os calores’. - Sou um caçador de ondas! Deteve-a no seu olhar incisivo. Às vezes entro no Mar e vou para uma caçada. Sei que posso conseguir tudo ou nada… Sei que cada onda que vem é uma caçada. Pode correr bem se a apanhar, pode correr mal se a perder ou for apanhado. Toda a irritação se foi, sorriu, com os lábios e com os olhos, um brilho que dedicou ao oceano à sua frente. Estava na hora de entrar.
Enquanto isso, sem passado nem futuro, apenas presente, jogados os cadernos fora, aprendo a viver recuperando do choque de ter descoberto que pouco ou nada sabia quando julgava já quase tudo saber…
Enquanto isso, sem olhar presto atenção aos detalhes, pequenas coisas, milagres aparentemente ocultos, mas que existem desde que me comprometi a deixar de ter medo de me comprometer…
Enquanto isso, de peito aberto, namorando com a Liberdade, revelam-se situações, as pessoas acontecendo, belas e sorridentes, como nunca antes tinha acontecido só porque para aí não estava virado…
Enquanto isso, desfrutando dos prazeres supostamente banais, sensitivos e sensuais, todas essas delícias, começando a perceber o quão bom pode ser isto de estar encarnado, e ainda agora começou…
Enquanto isso, sons cadentes, cadências sonantes, dançando danças que nunca havia dançado por simplesmente nunca ter ousado, dois corpos brincando aos pontos de intersecção, não sei se me entendem…
Enquanto isso, sem receio de jogar cartas a despeito das consequências, andando como quem viaja, comendo o que me apetece, sem problemas em deitar tarde e não acordar cedo, só porque quero só porque sim…
Enquanto isso, digo à Água que a Amo durante o banho e lavo-me de tudo o que nunca me tinha atrevido a lavar, ganhando anos-luz de vida, sobejamente mais do que aqueles que julgava ter desperdiçado mas que afinal não perdi porque nunca existiram sequer…
Enquanto isso, amoroso, descalço-me em qualquer lugar, basta sentir um querer, e apresento o chão aos pés, fresca ou seca é terra o que está debaixo da relva, é aqui que estou, é aqui que vou estar, nem mais nem menos, é aceitar…
Enquanto isso, escreveria e continuaria escrevendo, mas não posso porque não o sei fazer, a diferença é que antes queria e agora já não quero mais, tudo porque decidi tão somente viver e, até que deixe de haver sentido, é e será esse o meu partilhar…
Sabes há quem pense que o vento diz coisas… é muito mais poderoso que isso. Claro que tem uma voz, mas o seu código é tão difícil de compreender que as palavras humanas não o decifram. As propriedades de que te estou a falar são outras. Sabes… é que além de silenciar a mente, de a deixar descansadinha e contente por só lhe sobrar espaço para escutar as suas rajadas, ele entra em jeito de redemoinho pelo teu corpo, limpando e absorvendo os espíritos maus. Retira-os imperceptivelmente e, uma vez no ar, seguem o seu rumo para outros corpos, agora celestes, diluindo-se até que desapareçam por completo, sem qualquer possibilidade de te voltarem a habitar.